Projeto “Empretecendo o Natal”, idealizado pelo escritor e educador Ricardo Jaheem, encerra dezembro com distribuição de 500 livros antirracistas por Papai Noel vestido de elementos africanos
Crédito: Jéssica Rodrigues |
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O escritor e educador Ricardo Jaheem, idealizador do projeto batizado de “Empretecendo o Natal”, encerra o mês de dezembro com a realização de um sonho.
Ao longo do mês, ele levou o seu Papai Noel afrofuturista para mais de mil crianças, impactadas por festividades no Morro do Fallet, Santa Teresa, Lins de Vasconcelos, Santa Cruz, Tinguá, no Rio de Janeiro, e também no município de São Gonçalo, na região Metropolitana.
A iniciativa contou com Jaheem encarnando o bom velhinho, inspirado no livro de sua autoria "Um Conto de Natal Favelado", que reimaginou o tradicional Papai Noel sob a ótica da representatividade negra, com referências africanas. Ao longo do mês, ele distribuiu 500 livros com temáticas antirracistas e de valorização da beleza negra para as crianças, e distribuiu calçados para 200 famílias.
"Queremos que as crianças negras se vejam representadas em todas as suas formas de expressão, desde o brinquedo até a figura do próprio Papai Noel. Ao ressignificar esse personagem, mostramos que elas também têm um lugar no imaginário coletivo da sociedade", destaca Jaheem.
O projeto foi apoiado por instituições como o Instituto Vini Jr., que contribuiu para as ações na Escola Municipal Estados Unidos, em Santa Teresa, no dia 12 de dezembro, e na Escola Municipal Paulo Freire, em São Gonçalo, no dia 11.
Sobre o Projeto
De acordo com o educador, o conceito do projeto “Empretecendo o Natal” está intrinsecamente ligado à ideia de quilombo, integrando sua estética e mensagem a um movimento maior de resistência e valorização da cultura negra. Para ele, o Papai Noel de ankara (tecido africano estampado) faz um convite à reflexão sobre colonização, pertencimento e diversidade, na época natalina.
Sobre o escritor
Ricardo Jaheem é mestre em Educação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), já atuou como pedagogo e coordenador de programas sociais do terceiro setor. Professor da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, foi gerente de relações étnico-raciais da Secretaria Municipal de Educação (SME/RJ).
O educador também foi premiado pelo Conselho Municipal de Educação e pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro (Comdedine) e recebeu a Medalha Carioca de Educação. Este ano, em sua turnê de contação de histórias já se apresentou em mais de 50 escolas públicas de todo o Brasil.