Evento promoveu a integração de visitantes à comunidade, fortalecendo as tradições dos povos originários
Na última sexta-feira (25), a Universidade Guarulhos (UNG) esteve presente na abertura das festividades em comemoração aos sete anos da Aldeia Multiétnica Filhos desta Terra, no Cabuçu. Estiveram na visita o reitor Yuri Neiman, diretores e coordenadores de cursos, assim como alunos. Todos aproveitaram a oportunidade para conhecer a história da reserva indígena.
O evento começou com um café da manhã que trouxe os sabores da culinária indígena, destacando ingredientes oferecidos pela própria natureza. Na programação, a diversidade cultural dos povos foi apresentada por meio de exposições de artesanato, canto e dança. As atividades envolveram todos os visitantes. A experiência também apresentou a pintura corporal, além da exibição de filmes e documentários produzidos por integrantes da comunidade.
Para celebrar a data, o líder da reserva indígena Awá Kuaray relembrou como a integração da aldeia aconteceu. “Foi uma grande alegria compartilhar esse momento com todos os presentes. Foram mais de 20 anos de luta das lideranças indígenas em busca de um território na cidade. E, em 27 de outubro deste ano, completou sete anos que entramos nessa terra. Essa floresta não tinha nada e hoje abriga 32 famílias e oito etnias, entre Tupi, Kaimbé, Pankararu, Kariri-Xocó, Pankararé, Kiriri, Xucuru", informou Awá.
O reitor Yuri Neiman manifestou o reconhecimento da universidade ao trabalho desenvolvido pela aldeia, contribuindo para a preservação e fortalecimento da cultura dos povos originários na cidade. "A UNG não poderia deixar de prestigiar esse momento e expressar nosso respeito à Aldeia Multiétnica Filhos desta Terra. O poder cultural indígena é algo admirável, pois eles transformaram o terreno onde habitam e preservam a região por meio de suas tradições", comentou o professor.
Para a aluna do curso de Psicologia, Erica Virgínio, participar da abertura das festividades proporcionou uma experiência autêntica. Por exemplo, conhecer a Jaciara a permitiu refletir sobre as responsabilidades de uma liderança feminina indigena. “Essa vivência mostrou o poder da coletividade, a resistência e a persistência em todos os sentidos. A preservação do território, por meio de projetos de sustentabilidade, economia solidária, produção de conhecimento com curta-metragens no valor da espiritualidade e o sentimento de gratidão por aqueles que auxiliam na luta e na preservação da sua cultura, ficou muito latente”, ressaltou.