Quando se fala para que “não se dê importância” nessa ou naquela situação ou circunstância, diz-se uma profunda verdade, de vez que o valor vem de nós, ou seja, somos nós realmente os doadores de valores às coisas.
Podemos haver feito algo que consideramos justo e certo em nossa visão, mas que sob a ótica de outras pessoas, a leitura de nossas ações sobre elas, tenha outra interpretação.
E se não sabemos analisar as coisas com o devido lume que oriente nossos julgamentos, eis-nos ansiosos por convencer os outros a respeito da razoabilidade de nosso comportamento à frente das circunstâncias que nos rodeiam.
Equívoco comum a todos aqueles que não sabem refletir com o auxílio da Sabedoria as ocorrências que nos vêm de encontro no mundo.
O que é essencial entender é o fato de que nossos pensamentos e ações dependem de nós, enquanto as ações e pensamentos dos outros dependem deles próprios, e definitivamente, não nos pertencem.
Portanto, querer mudar à força as ideias dos outros a nosso respeito, em situações em que elas foram levadas a pensar de modo diferente de nós, considerando injusto e inapropriado o que fizemos com absoluta vontade de acertar, é pura perda de tempo.
As vezes é preciso esperar que aquela pessoa ou grupo humano amadureça, a fim de compreender o que se passou aqui ou ali com ela ou com ele, e para que tal aconteça, torna-se imperioso aprender a “deixar de dar importância ao que não depende de nós, entendendo que a melhor solução para semelhante conflito é mesmo dar tempo ao tempo.
Antonio Carlos Tarquínio - Mestre em filosofia pela PUC-SP e doutor pela mesma instituição. Articulista e comentarista de notícias em rádio e televisão, possui vários artigos publicados em revistas especializadas em filosofia.