A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende; o superintendente do Departamento de Águas do Estado (DAEE), Anderson Esteves e a tenente-coronel Claudia Bemi, diretora do Departamento de Proteção e Defesa Civil, fizeram uma visita técnica à cidade de Artur Nogueira no sábado (3), para avaliar ações de apoio aos efeitos da estiagem no município. Nesta segunda (5), o Governo decretou situação de emergência na cidade.
Entre as ações definidas pela comitiva, está o desassoreamento do córrego Cotrins para melhorar as condições de captação. O trabalho foi iniciado nesta segunda pelo DAEE, que direcionou uma escavadeira hidráulica e caminhões para a cidade. Também está em estudo de viabilidade técnica e econômica, em conjunto com a Defesa Civil, a possibilidade de instalação de uma adutora provisória para levar água do córrego Boa Vista, conhecido como Poquinha, para uma das Estações de Tratamento de Água da cidade, dobrando o volume de água que chega à ETA.
A Defesa Civil, que já tinha enviado 25 mil litros de água e 300 cestas básicas à cidade na última semana, está direcionando mais 25 mil litros amanhã.
De acordo com a secretária Natália Resende, o Governo está atento à situação e apoiará com ações emergenciais, no contexto do Plano Estadual de Resiliência à Estiagem - São Paulo Sempre Alerta. Entre as ações do Plano, acrescenta ela, está o lançamento nos próximos dias de um novo chamamento para prefeituras interessadas na perfuração de poços. Nos últimos 16 meses, foram investidos R$ 144,3 milhões na perfuração de 139 poços em 125 municípios.
Soluções definitivas
A secretária enfatiza que, para além das ações emergenciais, soluções definitivas estão sendo encaminhadas para a questão da escassez hídrica no estado, em especial nas regiões mais afetadas. "Vamos autorizar em breve o início das obras da barragem de Pedreira, na divisa dos municípios de Pedreira e Campinas, às margens do rio Jaguari, e a barragem de Duas Pontes, em Amparo, junto ao rio Camanducaia. Essas são obras fundamentais para garantir segurança hídrica na região metropolitana de Campinas, que é uma das mais afetadas pelos períodos de seca", diz.
As duas represas vão aumentar a segurança hídrica para 5,5 milhões de pessoas, elevando a oferta de água em âmbito regional, por meio da regularização da vazão dos rios Jaguari e Camanducaia. A previsão de investimento é de cerca de R$ 1 bilhão para as duas represas.
As barragens deverão formar reservatórios com uma capacidade de armazenamento útil de 85 bilhões de litros de água (o equivalente a 34 mil piscinas olímpicas), dos quais 32 bilhões de litros na Barragem Pedreira e cerca de 53 bilhões de litros no reservatório de Duas Pontes, beneficiando direta e indiretamente 28 municípios na região do PCJ: Amparo, Monte Alegre do Sul, Pinhalzinho, Artur Nogueira, Bragança Paulista, Cosmópolis, Holambra, Jaguariúna, Morungaba, Pedra Bela, Pedreira, Santo Antônio de Posse, Tuiutí, Vargem, Paulínia, Americana, Cordeirópolis, Hortolândia, Iracemápolis, Limeira, Piracicaba, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Maria da Serra, São Pedro, Águas de São Pedro e Monte Mor.
Também está previsto o Sistema Adutor Regional das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, com quase 90 quilômetros de extensão, que distribuirá a água das barragens para os municípios. Os estudos técnicos relativos ao SAR-PCJ já foram contratados pela Secretaria de Parcerias em Investimentos e estão sendo desenvolvidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O empreendimento foi qualificado no Programa de Parcerias em Investimentos do Estado para que seja realizada uma parceria público-privada de operação do Sistema.
"Parte dos investimentos previstos nos estudos para o Sistema Adutor Regional das Bacias PCJ já foram contemplados no novo contrato de concessão da Sabesp desestatizada. Um exemplo é a abertura de uma nova captação na barragem Paiva Castro, no rio Juqueri, associada a uma adutora que conduzirá a água à Estação de Tratamento de Campo Limpo Paulista, aumentando a segurança hídrica na região de Várzea Paulista, que hoje é atendida apenas pelo Rio Jundiaí e seu afluente Mãe Rosa", explica Natália.
Ela ressalta, ainda, que foi aprovado pelo Conselho de Recursos Hídricos o Plano Estadual de Recursos Hídricos 2024-2027, que prevê medidas e ações para segurança hídrica, inclusive um volume dedicado a gestão de crise hídrica, olhando todo o Estado de SP. Vários programas que impactam diretamente na questão da segurança hídrica estão em andamento com impactos relevantes sobre as regiões, como o Rios Vivos, que já revitalizou 225 rios, minimizando enchentes e melhorando a qualidade da água em 154 cidades, e o Universaliza SP, que oferece apoio técnico para as prefeituras não atendidas pela Sabesp, para a universalização dos serviços de água e esgoto. "Estamos atuando de forma planejada, em várias frentes, para garantir segurança hídrica à população de São Paulo", finaliza Natália Resende.