A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo lança, nesta quinta-feira (01/08) o novo ciclo do Compromisso SP Carbono Zero. A iniciativa, alinhada à campanha Race to Zero da ONU, visa zerar as emissões líquidas de carbono até 2050. A partir de agosto, o sistema de reconhecimento das entidades participantes será atualizado, levando em conta seus compromissos e ações na neutralização de gases de efeito estufa.
O SP Carbono Zero foi lançado em novembro de 2023 e estimula que organizações localizadas no Estado de São Paulo apresentem seu inventário de emissões diretas e estabeleçam uma trajetória de descarbonização até 2050 - uma espécie de “visão de futuro”. Ao aderirem de forma voluntária, elas precisam informar suas emissões e seus marcos temporais de redução de emissões para 2030, 2040 e 2050. Em contrapartida, recebem um reconhecimento do Governo, conforme o nível de compromisso informado.
Com a medida, as entidades terão novas formas de serem reconhecidas por seus esforços, o que deverá incentivá-las a continuar e intensificar suas ações em prol da sustentabilidade.
"Estamos ansiosos para contar com a participação contínua e reforçada das entidades neste próximo ciclo e acreditamos que as novas categorias de reconhecimento oferecerão uma excelente oportunidade para demonstrar ainda mais o compromisso delas com a sustentabilidade e a redução de emissões", ressalta a secretária da Semil, Natália Resende.
Com a atualização, o selo Platina será concedido para entidades que comprovarem adesão à campanha Race to Zero, independentemente de seu porte. As entidades que se comprometerem a neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa até 2050 sem terem ainda entrado na Race to Zero receberão o selo Ouro.
As que ainda não conseguem neutralizar suas emissões, mas podem enviar no formulário do compromisso suas trajetórias até 2050, mais o inventário das emissões no ano base (2020 ou seguintes), serão reconhecidas pelo selo Prata. Já as que enviarem apenas o inventário das emissões, sem estimativas futuras, terão o selo Bronze. Aquelas que, embora não se enquadrem nas categorias anteriores, enviarem boas práticas de mitigação de emissões de gases de efeito estufa serão validadas com uma menção. A atualização das regras eliminou a linha de corte dos maiores emissores estabelecida pela Cetesb, incorporando à categoria Platina todos os aderentes da Campanha Race to Zero.
O programa já conta hoje com a adesão de grandes empresas, como Hospital Sírio Libanês, Assaí Atacadista, Unicamp, Lenovo e Motorola. A partir de hoje, essas e outras organizações passarão para o segundo ciclo.
A partir do segundo ciclo, a validade da adesão será de dois anos a partir da data de ingresso (adesão).
O interessado poderá, nesse período, atualizar informações, pleiteando uma mudança de categoria. Os antigos aderentes, do primeiro ciclo, têm sua participação prorrogada automaticamente até 31 de julho de 2025.
O Compromisso SP Carbono Zero representa uma evolução do Acordo Ambiental São Paulo, de 2019, e do Protocolo Climático de São Paulo, de 2015, e prevê que, a partir dos levantamentos de emissões passadas, sejam estabelecidas visões de futuro expressas, de diferentes formas, com metas, objetivos, estimativas, trajetórias e metodologias”, completa Natália.
Como aderir
A pré-adesão é realizada por meio de um formulário bem simples, disponível no link.
O interessado manifesta a intenção de, em um prazo de 180 dias, preparar um inventário de emissões diretas líquidas relativas ao ano-base de 2020 e, a partir dele, apresentar propostas de descarbonização com metas, de dez em dez anos, até 2050, em termos de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2eq).
Os benefícios às organizações que aderirem ao compromisso são diretos, como melhoria no posicionamento estratégico com a diferenciação positiva de quem aderiu junto a mercados internos e externos.
Além disso, a medida amplia a transparência com informação clara e métricas informadas aos diversos stakeholders. Facilita também a articulação junto aos demais atores, com definições claras sobre medidas regulatórias, sem falar na visão de futuro demonstrada pela adesão ao Race to Zero.
O programa prepara também as organizações para o futuro mercado regulado de carbono, atualmente em discussão no legislativo.
A análise das informações reunidas no programa permitirá identificar as melhores oportunidades nos setores de energia, transporte, agropecuária, florestas e mudanças no uso do solo, resíduos e efluentes e processos industriais.