A cara da produção audiovisual em São Paulo, por décadas, foi sempre a mesma. Branca, criada em áreas nobres, com endereço entre o Pacaembu e Pinheiros. Entretanto, desde 2020, a Produtora Resistência trabalha para mostrar que a excelência em conteúdo e produção pode ser preta, periférica e ter sede em Guarulhos, na Região Metropolitana da Capital.
A potência intelectual de pretos e periféricos já entrega excelentes resultados para uma empresa que começou suas operações dias antes da pandemia e precisou lidar com um desafio global de cara. A Resistência já produziu mais de 15 mil minutos de conteúdo e, só em 2023, atendeu clientes como Serasa, Kroton, Fundação Vale e CBF.
A iniciativa começou com Emerson Morais que - depois de trabalhar por 18 anos como produtor executivo e receber prêmios como NY Festivals 2017, Festival de Veneza 2019 e o Primetime Emmy 2020 - decidiu fundar uma produtora de conteúdo em Guarulhos, sua cidade natal. “Fazer o que sempre fiz, com a mesma qualidade, mas dando a oportunidade para que outros profissionais pudessem mostrar o seu talento sem ter que passar pelo funil da faculdade de elite ou do curso de inglês avançado”, relembra Morais.
A Resistência nasceu para derrubar critérios excludentes, isso faz com que a Diversidade seja o centro em todas as áreas e não uma questão de departamento. “Não contrato por indicação ou por grife no currículo, contrato por capacidade e vontade de crescer. E, assim, chegamos à marca de 60% de funcionários pretos e 80% periféricos. É com isso que o Brasil de verdade se parece”, afirma o idealizador da Resistência.
Tendo dentro de casa pessoas com trajetórias comuns e que superam desafios que se multiplicam pelo país, a Resistência, de acordo com Morais, oferece aos seus clientes uma visão de mercado única. “Os nossos projetos de conteúdo dão tão certo por conta da conexão que somos capazes de criar. Por exemplo, é difícil pensar em uma campanha para endividados que funcione de verdade, se você só tem na sala gente que trocou a mesada pela bolsa do estágio”.
Diversidade e inclusão é tema central da Resistência. “Não temos um departamento de D&I, nós somos a Diversidade. Liderar oportunidades, para quem não tem é um ativo de negócio que gera resultado. O que traz diferencial real para os produtos que produzimos”, finaliza Morais.