O nascimento do pensamento é igual ao nascimento do ser humano. Tudo começa com um ato de amor, uma semente depositada no ventre vazio.
A semente do pensamento, do sonho e da esperança. Quando nascemos todos sorriem, quando morremos todos choram e só nós sorrimos. Depois dos pais, os educadores são especialistas em ferramentas do saber, artífices em atos de amor e interpretes de sonhos.
Moldam o amanhã. Ensinar é um exercício de imortalidade, alguma forma de continuarmos a lembrar sempre dos mestres que nos legaram preciosos ensinamentos para enfrentarmos o mundo. Nossa dívida de gratidão sempre nos acompanha.
Vivemos sob o feitiço do tempo. Ele passa célere, Tempus Fugit.
Cada entardecer, é um dia a menos em nossa vida. Ele também aconselha , Carpe Diem ,aproveite o dia como se fosse um fruto maduro que precisa ser comido hoje para que não esteja bom amanhã.
Não é possível sentir o perfume das flores que não desabrocharam.
Só é possível sentir o perfume das flores que estão abertas. A vida é como uma sonata que começa e deve terminar. Tempo sem fim é insuportável.
Tudo que é belo um dia termina. Nascimento, vida, evolução e morte é lei do universo.
O passado é pois o lugar da vida que não é mais. O futuro é o lugar da vida que ainda não aconteceu e não há nenhuma certeza que vá acontecer. Para definir passado e futuro, precisamos definir o presente.
Para sermos coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração de tempo ou seja, o presente não existe ! A verdade é que sabemos muito pouco sobre o tempo mesmo que sua passagem seja tão óbvia.
A observação do céu ainda é a melhor ferramenta para adentramos nesse assunto. As luzes que nos chegam das estrelas e outros astros, contam somente seu passado. Tudo que vemos no céu e nos encanta é portanto uma imagem do passado e é possível que aquela estrela perdida na imensidão cósmica não exista mais.
O cérebro foi desenvolvido pelas forças evolutivas há milhões, bilhões de anos para extrair sentido do mundo que nos rodeia. A vida humana é pois a culminância de uma processo evolutivo de milhões de anos pois a natureza não dá saltos.
Ela não é como um mágico que tira um coelho de uma cartola.
Nesse pensamento, raciocínio e contemplação retrospectiva, desde os albores da humanidade, existe uma pergunta que tem ocupado a mente humana : após a morte física vamos tombar numa sepultura ou no crematório para não ser mais nada ? Os ateus dizem que sim.
Não aceitam sair de uma plano temporal para viver noutro com a entrada num túnel espaço-tempo.
As descobertas da física quântica sobre o tempo, proporcionou uma pista de que a morte não corresponde necessariamente ao termino da existência de um ser e sua finalidade estaria relacionada com a existência de algo que subiste a morte física conhecida com alma.
É um tema milenar que ocuparam as religiões, está no imaginário popular, atrai atenção e fascínio de multidões. O grande número de livros, revistas, filmes, documentários e programas de TV atesta e suscita inusitado interesse para o que acontece após o último suspiro.
O que consta nos livros sagrados já não é partilhado por mentes esclarecidas ávidas por encontrar respostas mais contundentes.
E o homem volta-se então para fortes evidências sobre a existência da alma e o que persiste encontrada nas Experiências de Quase Morte EQM, para a Terapia de Vidas Passadas,TVP, as Visões e Leitos de Morte, VLM e investigações de Casos que Sugerem Reencarnação, CSR muito comum de acontecer em crianças até os 7 anos.
A partir dos séculos XIX e XX principalmente, várias filosofias e crenças com destaque para as comunicações mediúnicas, passaram a explicar melhor o assunto dando um aspecto racional, simples e didático que encanta a todos fornecendo uma visão reconfortante que dá alento e sentido a nossa efêmera existência.
Afinal, tudo leva a crer que somos seres espirituais passando por uma experiência humana.
Nelson Travnik e astrônomo voluntário no Museu Aberto de Astronomia, MAAS de Campinas, SP, e Membro Titular da Sociedade Astronômica da França.
